SPC Brasil auxilia consumidor a decidir a melhor forma de pagamento
Brasileiro utiliza mais o cartão de crédito, mas dependendo da compra, outras modalidades são recomendadas, dizem os educadores do portal ‘Meu Bolso Feliz’
Com a diversidade de pagamento disponíveis no mercado, é comum surgir a dúvida sobre qual é a mais adequada para cada tipo de compra. Um estudo feito pelo portal ‘Meu Bolso Feliz’, uma iniciativa de Educação Financeira do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), mostra que o cartão de crédito lidera na preferência dos consumidores na hora de parcelar uma compra (77%), bem à frente do crediário, a segunda opção na hora de comprar (51%). Outras opções bastante populares como empréstimos (40%), financiamentos (37%) e cheque pré-datado (31%), aparecem logo em seguida.
Os educadores do ‘Meu Bolso Feliz’ explicam que cada modalidade de pagamento possui especificidades próprias, que as tornam vantajosas ou desvantajosas de acordo com o tipo de bem que se deseja adquirir. “Comprar de forma inteligente é saber escolher, entre as modalidades de crédito, a mais indicada para o tipo de aquisição que pretende fazer. Controlando seus impulsos e agindo de forma racional, é possível comprar o que deseja, sem destruir as suas economias”, explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Para ajudar o consumidor na hora das compras, a equipe de educadores e economistas do ‘Meu Bolso Feliz’ elaborou uma lista que explica como funcionam as modalidades de crédito mais comuns e para situações são recomendadas ou vetadas. Confira:
Financiamento
“Parcelar, no caso da aquisição de bens maiores como uma casa ou imóvel é aconselhável. Afinal, dificilmente alguém possui esse valor total na hora da compra”, explica Marcela Kawauti. E, nisso, o consumidor têm se mostrado em dia, pois a pesquisa também aponta que 68% dos entrevistados nunca atrasaram o financiamento de um automóvel. E, se for escolher essa modalidade, procure dar o máximo que puder de entrada, diminuindo o valor da dívida e o número de parcelas, e busque financiamentos específicos para o que pretende adquirir. Lembrando que os juros, nestes casos, são mais baratos porque o próprio imóvel ou veículo é dado como garantia de pagamento.
Quando usar: para compras grandes, como imóveis ou veículos, e apenas se você se planejou para conseguir pagar as parcelas, que podem durar décadas.
Crédito consignado
Trata-se de um empréstimo com parcelas descontadas diretamente do seu salário. “Se for optar pelo uso do crédito, prefira o consignado. Ele possui taxas de juros mais baratas e é mais vantajoso que outros empréstimos”, aconselha Marcela. Mas lembre-se: ele tem um valor limite, que não pode ultrapassar 30% do seu salário. E, claro, só vale servidores públicos, aposentados e pensionistas do INSS e empregados de empresas privadas que têm convênio com os bancos.
Quando usar: boa opção para quitar uma dívida maior ou adquirir bens mais caros, como eletrodomésticos, já que as taxas de juros são bem menores que as dos cartões de loja, por exemplo.
Leasing
Esta modalidade é mais usada na aquisição de veículos. Você “aluga” o carro, ou seja, paga mensalmente por ele, mas ele permanece no nome da empresa. Ao final do contrato, você pode comprar o veículo ou prolongar o leasing. Embora com taxas de juros um pouco mais baratas, possui algumas regras que podem não ser vantajosas. Por exemplo, caso decida comprar o automóvel, só pode quitar as parcelas após dois anos de pagamento, mesmo já possuindo o dinheiro para fazê-lo; não pode vender o carro (afinal, ele não é seu) e, dependendo do contrato que assinar, há o risco de o veículo ser tomado com certa facilidade.
Quando usar: para a compra de carro, apenas se você realmente necessita do automóvel e não conseguirá juntar dinheiro para dar uma boa entrada.
Empréstimo
São as famosas linhas de crédito que os bancos oferecem aos seus clientes. As regras para a obtenção do empréstimo variam de banco para banco, mas as vantagens costumam ser juros menores e contratação rápida. O perigo? Justamente a facilidade, que faz com que as pessoas usem este recurso com maior frequência do que deveriam.
Quando usar: use apenas para quitar ou substituir dívidas mais caras (como as do cartão de crédito ou do cheque especial) ou adquirir bens maiores que necessita com certa urgência, mas não possui o valor à vista, como eletrodomésticos.
Cartão de crédito
A vantagem do cartão de crédito é poder parcelar compras (se for sem juros, claro!) e juntar pontos para trocar por produtos, bônus ou passagens aéreas. Comprar, por exemplo, uma geladeira ou mobília para casa é uma boa opção. Mas é preciso ficar atento, pois a pesquisa também comprovou que 72% dos consumidores desconhecem o valor do juro cobrado pelo cartão de crédito. Por isso, essa modalidade só é benéfica para quem tem controle financeiro, pois muitas contas parceladas juntas viram um valor gigante no fim do mês. Então, se tiver que entrar no crédito rotativo, pagando apenas uma parcela da fatura, prepare-se para ver a sua dívida crescer. As taxas de juros neste caso estão entre as mais altas!
Quando usar: apenas para quem é muito organizado financeiramente e em compras menores que, embora não tenha o valor hoje para pagar à vista, tem certeza que terá no próximo mês (mesmo se sua renda fixa for cortada repentinamente).
Cheque especial
Embora muita gente use esses recursos frequentemente, estas são opções que devem ser vetadas para compras. “Com taxas de juros extremamente altas, elas só devem ser recurso em caso de emergência e quando as modalidades mais vantajosas não estão disponíveis”, alerta a economista. Para se ter uma noção, em agosto deste ano, enquanto a taxa de juros do crédito consignado era, em média, de 1,93% ao mês, a taxa do cheque especial, era de 8,72%. Ou seja, juros mais de 4 vezes mais altos.
Quando usar: use apenas para emergências e em último caso.