Inadimplência nas empresas mantém cenário de alta e cresce 6,23% em outubro
Inadimplência nas empresas mantém cenário
de alta e cresce 6,23% em outubro
Segundo economistas do SPC, inflação elevada, encarecimento do crédito e baixo
índice de confiança do consumidor têm pesado na saúde financeira das empresas
O número de empresas inadimplentes no Brasil apresentou novo crescimento, seguindo a tendência de alta apresentada nos meses anteriores. De acordo com o indicador mensal calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), a quantidade de companhias com contas em atraso aumentou 6,23% no mês outubro, em relação ao mesmo período do ano passado.
Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, a dificuldade dos empresários em manter os compromissos com os fornecedores em dia está diretamente relacionada à alta dos preços, ao encarecimento do crédito e aos baixos índices de confiança do consumidor brasileiro. “A conjuntura de todos esses fatores econômicos dificulta o crescimento da atividade produtiva no país”, afirma a economista.
Comparação mensal
Já passagem de setembro para outubro, o número de empresas inadimplentes cresceu 0,90%. Esta foi a maior variação dos últimos seis meses. Para o SPC Brasil, o aumento da quantidade de empresas devedoras registrado em outubro acabou por compensar a queda registrada na passagem de agosto para setembro, quando a quantidade de companhias negativadas havia mostrado uma redução de 0,51%.
“Além disso, nota-se que o avanço do indicador de inadimplência da pessoa jurídica tem forte relação com o movimento de pessoas físicas inadimplentes, que também cresceu 1,26% em outubro, após recuar 1,14% em setembro”, explica Kawauti.
Inadimplência por região
A abertura por região do indicador de empresas inadimplentes mostra o Sudeste como a região com a maior alta anual (+6,64%). A região foi a única a apresentar um aumento superior ao da média Brasil (+6,23%).
A região Sul, por outro lado, mostrou a menor variação anual do número de empresas inadimplentes (+2,66%), seguida pela região Norte (+3,21%) e Centro-Oeste (+3,77%). Vale destacar que o Norte e o Nordeste (+5,78%) registraram ambos a menor alta anual de toda a série histórica, enquanto que o Centro-Oeste (+3,77%) apresentou sua segunda menor variação.