Confiança do Consumidor recua 2,3 pontos em maio na comparação com início do ano, revela SPC Brasil e CNDL
O consumidor brasileiro continua cauteloso com o momento econômico atual, embora exista uma expectativa de melhora em um futuro próximo. Dados apurados pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostram que o Indicador de Confiança do Consumidor (ICC) recuou 2,3 pontos em maio ante janeiro de 2018, atingindo 41,3 pontos contra 43,6 do início de 2018.
Na comparação com o último mês de abril, quando o indicador marcou 42,0 pontos, também houve uma pequena queda, enquanto no mesmo período do ano passado foi registrado um índice de 41,5 pontos. Pela metodologia, a escala do indicador varia de zero a 100, sendo que resultados acima de 50,0 pontos demonstram a prevalência de otimismo entre os consumidores e abaixo dessa marca mostra pessimismo.
“Os dados comparativos ainda não mostram uma evolução dos dados de confiança nos últimos meses. Isso ocorre porque a retomada lenta da economia ainda não é percebida pelo brasileiro, que se mantém extremamente cauteloso para comprometer sua renda. Mas a expectativa é de que a confiança acompanhe o ritmo de melhora do mercado de trabalho”, afirma o presidente da CNDL, José Cesar da Costa.
O Indicador de Confiança é composto pelo Subindicador de Expectativas, que passou de 53,0 pontos em abril para 51,8 pontos em maio, e pelo Subindicador de Condições Atuais, que registrou 31,0 pontos em abril ante 30,8 pontos em maio.
Para 79% dos consumidores brasileiros, economia do país segue mal; 53% atribuem problemas financeiros a alto custo de vida
O levantamento mostra que 79% dos brasileiros avaliam a situação econômica do país como ruim ou muito ruim. Para 19%, o desempenho é regular e apenas 1% consideram o cenário positivo. Entre os que estão pessimistas com relação ao momento atual, a principal explicação é o desemprego elevado, citado por 65% dos entrevistados. Em seguida, aparece o aumento de preços dos produtos e serviços, com 56%, enquanto 39% dos consumidores mencionam os altos juros.
Quando o assunto é a própria vida financeira, o número de consumidores insatisfeitos chega a 39% de acordo com a sondagem. Outros 50% consideram regular e um percentual menor, de apenas 10%, avalia como boa. O alto custo de vida é citado como a principal razão para os que afirmam não ter uma vida financeira tão boa (53%). O desemprego também aparece com destaque (36%), seguido pela queda da renda familiar (31%).
Em sentido oposto, ou seja, para aqueles que consideram o momento atual de sua vida financeira bom ou ótimo, o controle das próprias finanças é responsável por esse panorama (51%). Outros 17% disseram contar com alguma reserva financeira, 15% afirmam ter conquistado um emprego recente, e para 15% os rendimentos aumentaram.
Custo de vida continua pesando na vida dos consumidores; 43% dizem que desemprego atinge ao menos um integrante da residência
Questionados sobre o que mais tem impactado o orçamento familiar, 44% do total de consumidores mencionam o custo de vida. E foi na conta de luz que a maior parte dos consumidores sentiu o aumento dos preços: 83% notaram aumento em relação a março. Para 83% houve alta nos supermercados e para 82% foi o preço dos combustíveis que sofreu reajustes.
Além disso, os consumidores ouvidos citaram ainda o endividamento (21%), o desemprego (17%) e a queda da renda (13%). Apenas 3% dizem que nada tem pesado sobre sua vida financeira familiar. “O custo de vida continua pesando na vida dos consumidores porque ainda não houve uma recuperação da renda e o desemprego mantém índices altos”, explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. Além disso, 43% dizem ter ao menos um desempregado dentro de casa.
41% dos consumidores estão pessimistas com futuro da economia e corrupção é maior entrave
A sondagem também ouviu os brasileiros para saber o que eles esperam do futuro da economia para os próximos meses. Quatro em cada dez consumidores (41%) declaram que estão pessimistas. Na outra ponta, apenas 14% mostraram otimismo e 37% dizem não estar pessimistas nem otimistas. Entre os consumidores pessimistas, a maior parte (66%) cita a corrupção como maior entrave para o desempenho do país.
Outro aspecto que contribui para esse mau humor do brasileiro é o fato de existir muitos desempregados (47%), da percepção de que as leis e instituições não favorecem o desenvolvimento do país (37%) e do receio de que a inflação saia do controle (31%).
Na avaliação da vida financeira, o índice de pessimistas cai para 15%. Entre os 53% que estão otimistas, 37% não sabem ao certo apontar a razão concreta de seu otimismo e 24% esperam conseguir um novo emprego.
Questionados sobre as perspectivas de emprego para os próximos meses, 47% apostam que as oportunidades se manterão no mesmo nível de hoje, enquanto 22% acreditam que as oportunidades serão maiores e 15% menores.